Governo reúne com consórcio de Belo-Monte


Governador quer encarar problemas de Belo Monte com antecedência (Foto: Cristino Martins/ Agência Pará)
Nesta quinta-feira (5) acontece uma reunião entre o Governo do Estado e o Consórcio Norte Energia, gestor da obra da hidrelétrica de Belo Monte. O objetivo é cobrar que tenham início, com urgência, as ações necessárias para o abrandamento dos impactos que a obra vai trazer para os 11 municípios localizados na região de abrangência do Rio Xingu.
A reunião acontece a partir das 9h no Palácio dos Despachos, onde o Governador Simão Jatene receberá Elvio Lima Gaspar, diretor de Crédito e Inclusão Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e três dirigentes do Consórcio - o presidente Carlos Nascimento, o diretor Ademar Pallocci e o conselheiro Valter Cardeal.
Belo Monte pretende ser a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, mas a série de impactos previstos, constantemente suscitada pelos que se opõem à sua realização, é um dos grandes embaraços da obra. O BNDES deverá financiar a recomposição da infraestrutura nos municípios que serão afetados pela usina e pelas externalidades do projeto.
Educação, saúde e segurança são os setores de serviços que deverão sofrer maior pressão quando Belo Monte alcançar o pico, o que está previsto para acontecer em três anos. A previsão feita pelo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) é de que a população aumente em 90 mil pessoas. Os canteiros de obras devem receber pelo menos 18 mil pessoas.
“Imagine, por exemplo, como o setor de traumatologia dos hospitais será afetado com uma obra de tal envergadura, reunindo tantos operários e com a possibilidade de acidentes”, ressalta o secretário de Estado de Gestão, Sérgio Leão, que também estará presente na reunião. “Também serão necessárias obras de infraestrutura no setor de segurança, como delegacias, bem como o aumento do efetivo de policiais”, enumera o secretário.
Os municípios mais afetados serão Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. Haverá  ainda ressonância dos impactos em Senador José Porfírio, Porto de Moz, Anapu, Medicilância, Gurupá, Placas, Uruará e Pacajá. Uma região com cerca de 317.472 habitantes,  entre ribeirinhos, índios e moradores dos núcleos populacionais espalhados ao longo da Transamazônica pelos projetos de colonização da Amazônia.
PAUTA
Durante a reunião será apresentado um estudo detalhado dos setores que terão mais necessidade de apoio causada pela multiplicação da demanda de serviços públicos. O Governo do estado pretende que as demandas sejam esclarecidas com transparência e antecedência.
A pauta abordará em detalhes a atual situação dos municípios do entorno do projeto, os impactos diretos e indiretos da obra, e apontará soluções emergenciais relatando as condições de infraestrutura de responsabilidade do Estado e também de competência dos municípios. Também se pretende identificar o volume de recursos necessários para abrandar as pressões econômicas de Belo Monte sobre seus vizinhos.
A reunião de hoje marca o estabelecimento de uma relação efetiva entre o Governo do Pará ,  os gestores e o financiador de Belo Monte. As próximas deverão envolver os prefeitos dos municípios afetados

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