MINAS E ENERGIA - Requerimento de CPI sobre royalties de mineração consegue 190 assinaturas


Os deputados do PMDB José Priante (PA), Leonardo Quintão (MG) e Lucio Vieira Lima (BA) conseguiram 190 assinaturas (são necessárias 171) para o requerimento de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) destinada a investigar “indícios de irregularidades envolvendo a elaboração dos cálculos dos royalties da mineração pagos pelas empresas mineradoras, bem como sua distribuição”.

O requerimento foi protocolado na Secretaria-Geral da Mesa Diretora, que já conferiu as assinaturas. Agora, o requerimento está na Assessoria Jurídica, que analisa se ele preenche o requisito constitucional segundo o qual o objeto de apuração da CPI deve ser um “fato determinado”.

Se for concluído que há fato determinado, o presidente da Câmara assinará o ato de criação da CPI, os líderes partidários indicarão os integrantes e, por fim, a comissão será instalada e começará a funcionar.

Controvérsia - Em seu requerimento, os três deputados argumentam que a imprensa tem publicado várias reportagens sobre disputas envolvendo o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) relativas à Compensação Financeira sobre Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

Como exemplo, citam reportagem sobre uma disputa entre a Vale do Rio Doce e a prefeitura de um município que abriga uma mina de ferro explorada pela empresa. As várias reportagens, segundo os parlamentares, mostram que, além da cobrança política feita pelo Planalto, que entende que os valores deveriam ser mais altos, o governo federal processou a mineradora para receber o valor que considera ser seu de direito. Nessas ações, as prefeituras podem atuar como assistentes do DNPM, encarregado de encabeçar os processos, conforme explicam os deputados.

Batalha - Eles também citam notícias sobre uma “batalha” travada entre uma empresa mineradora e o governo federal, por meio do DNPM. Esse órgão alega que a referida empresa deve R$ 4 bilhões em CFEM relativos a anos anteriores. A mineradora contesta o valor e diz discordar da fórmula usada pelo DNPM para chegar a tal cifra.

Esse caso, segundo os deputados, demonstra a completa falta de sintonia e clareza dos critérios utilizados para determinar a CFEM. Ficou bastante evidente nas reportagens, na avaliação deles, que esses critérios são alvos de “acaloradas discussões”, algumas, inclusive, objetos de demanda judicial.

Por isso, de acordo com os parlamentares, o assunto precisa ser investigado, inclusive para que possam ser estabelecidas regras mais claras e justas na cobrança e aplicação dos recursos da CFEM, possibilitando mudanças na legislação em vigor.

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