Posto de saúde em Ananindeua fica só na promessa


A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Ananindeua) recebeu do Ministério da Saúde (MS) R$ 641.500,01 em 2005 para a construção de quatro postos de Saúde da Família: Cristo Redentor, no bairro do Icuí-Guajará; Jardim Amazônia, no Aurá; Pérola II, no 40 Horas; e Beira-Rio, Curuçambá. Mas apenas os três primeiros foram construídos, o do Curuçambá continua somente na promessa. O terreno chegou a ser comprado, mas o que se vê no local é muito lixo e mato. Revoltada com a falta de compromisso a prefeitura, a população formalizou denúncia no Ministério Público, que exigiu explicações da secretária de Saúde, Margarida Nassar. Por meio de ofício, ela informou que a obra foi iniciada, 'não obstante a não integralização do pagamento'.


Segundo o presidente do Centro de Desenvolvimento Comunitário Loteamento Beira-Rio, Levy Dedrício Silva, os moradores cansaram de buscar os meios legais para que o problema da falta de serviço de saúde na área seja resolvido, por isso procuraram a imprensa. Ele entende a situação como falta de respeito da secretária. Os moradores, quando necessitam do serviço de saúde, precisam recorrer às unidades do Paar e da Cidade Nova VI. 'O problema é que a distância é muito grande e nós moradores não temos sempre dinheiro para pegar o ônibus', diz.


Levy disse que em reunião com Margarida Nassar, no dia 14 de fevereiro passado, foi garantida a instalação de um posto provisório para atender a população do loteamento Beira-Rio até que fosse concluída a obra da unidade. Mas nem isso foi garantido. A secretária sugeriu alugar um imóvel para abrigar o posto, mas, descrente com as promessas feitas por ela, a comunidade não concordou e exigiu agilidade na construção do prédio.


A liderança comunitária disse que houve uma tentativa de conversar com o prefeito Helder Barbalho, por conta da 'falta de interesse da secretária em resolver o problema'. Mas ele se recusou a receber a comissão de moradores. Por isso, no último dia 4 os moradores voltaram ao MP de Ananindeua, quatro meses depois de fazer a denúncia em março passado. A promotora de Justiça Aline Tavares Moreira orientou a população a recorrer ao órgão em 15 dias caso não seja feito nada em relação ao assunto.


Um morador do loteamento Beira-Rio, que pediu para não ser identificado por ser servidor público e temer retaliações, denunciou a situação de descaso na área da saúde na comunidade. 'Quando eu preciso ir ao médico vou para o Paar, mas para eu ser atendido tenho que ir cedo, arriscando a vida', enfatiza. Ele conta que somente em caso de extrema necessidade que vai ao médico, por ser difícil o acesso ao serviço.


Em nota, a Sesau informou que a 'obra da unidade de Saúde da Beira-Rio, no Curuçambá, não foi iniciada no período em questão devido ao terreno ter sido invadido pela comunidade. Foi solicitada uma atualização do convênio feito em 2005 para que a empresa vencedora da licitação possa iniciar as obras. A Secretaria esclarece ainda que o recurso destinado à construção da unidade só é liberado mediante o andamento da obra'.


Fonte: Amazônia

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