A partir das 8h desta sexta-feira (9),
empregados da Celpa (Centrais Elétricas do Pará) reúne-se em assembleia
com representantes do Sindicato dos Urbanitários do Pará, em frente à
sede da empresa, em Belém, para analisar se haverá uma nova paralisação
na próxima semana.
A reunião deve durar cerca de 30
minutos, e logo em seguida os empregados devem se dirigir à suas
atividades de trabalho. “Vamos fazer uma análise do cenário em que a
empresa se encontra e decidir quais serão os próximos passos, pois até
ontem a Justiça ainda não havia liberado o recurso para o pagamento dos
funcionários”, explicou Ronaldo Romeiro, presidente sindical.
Desde o início desta semana, quando
houve a suspensão dos trabalhos por 48h, a categoria segue em regime de
assembleia permanente. No entanto, na quarta e na quinta-feira a
paralisação foi interrompida e os serviços retomados.
O movimento atinge todo o estado e, por
isso, assembléias descentralizadas ocorrerão hoje, ao mesmo tempo, nos
municípios-pólo da Celpa, como na Região Metropolitana de Belém, e ainda
em Castanhal, Capanema, Bragança, Marabá e Santarém.
Na última terça-feira (06), o presidente
Ronaldo Romeiro esteve reunido com representantes da Federação Nacional
dos Urbanitários, parlamentares da bancada paraense na Câmara Federal e
o secretário executivo do Ministério das Minas e Energia, Márcio
Zimmermann. Durante o encontro, a liderança apresentou como alternativa
para a crise da Celpa a federalização por meio da Eletrobrás, que já
detém 34,58% das ações da concessionária paraense. Também foi reiterada a
discordância do movimento em relação ao pedido de reajuste da tarifa de
20% proposto pelo Grupo Rede.
PAGAMENTO
A paralisação sinaliza o protesto da
categoria contra demissões e desrespeito dos direitos, como também
reivindica o pagamento da 38ª parcela do Plano de Cargos, Carreiras e
Salários (PCCS), o qual depende de uma autorização do Tribunal de
Justiça do Estado.
A Celpa fez um pedido à Justiça para o
desbloqueio da verba destinada ao pagamento dos mais de dois mil
funcionários da empresa. No entanto, esta liberação está nas mãos do
promotor Sávio Brabo, do Ministério Público Estadual (MPE), pois a juíza
da 13a Vara Cível de Belém, Maria Filomena Buarque, resolveu encaminhar
o pedido da empresa para manifestação do MP.
Isso se faz necessário porque, por
decisão judicial, todas as operações financeiras da companhia de
eletricidade estão bloqueadas por 60 dias, para que a Celpa apresente ao
judiciário um plano de recuperação para pagar o que deve a funcionários
e credores. A dívida total já supera R$ 2 bilhões. Além do parecer do
MP sobre a pretensão de pagamento, será necessário também o aval do
advogado Mauro Santos, administrador nomeado pela Justiça para
fiscalizar o processo de recuperação. Depois das duas manifestações, o
processo retorna ao gabinete da juíza para decisão. (DOL)
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